Os Tapeba desenvolvem uma gama variada de atividades econômicas, que se relaciona ao contexto histórico da dispersão de seus grupos locais durante a segunda metade do século XX e às possibilidades oferecidas pelo mercado regional no qual o grupo se engajou. As atividades variam dependendo do tipo de ocupação da área, do ambiente em que se situam - tendo em vista a variedade de paisagens do município - e do quadro geral de diversidade de localização e de densidade populacional no qual se situam os Tapeba.
O "trabalho na palha", a pesca de crustáceos, a coleta e o "negócio" com frutas, os roçados em pequena escala, o trabalho como "diarista" em lavoura e cultivos de terceiros, a extração de tucum, a venda de lenha, são atividades que são desenvolvidas numa mesma localidade por vários Tapebanos ou por um mesmo grupo doméstico, ou podem se articular com formas possíveis para um ou vários grupos domésticos em várias localidades.
Embora todas as comunidades possam fazer uso dos recursos existentes no mangue, são aquelas localizadas nas proximidades do rio Ceará as que desenvolvem a captura de crustáceos, assim como as localizadas nas zonas rurais de Caucaia as que se dedicam com maior afinco à extração de palha de carnaúba. Finalmente, diversas comunidades dedicam-se alternadamente a uma ou outra atividade produtiva principal, conforme a sazonalidade anual dos recursos naturais disponíveis.
A extração de palha da carnaúba é uma atividade eminentemente masculina e coletiva, que se realiza preferencialmente na estação seca, de julho a dezembro. Da palha obtida, os Tapeba retiram o "pó" que é vendido às empresas produtoras de cera de carnaúba. O "trabalho na palha" é realizado por "turmas" de trabalhadores compostas a partir de vínculos de parentesco, articulando homens de diferentes gerações, sob a liderança dos "taboqueiros", geralmente mais velhos. As turmas são extremamente móveis, percorrendo dezenas de hectares de carnaubais por estação.
Os Tapeba são produtores diretos que trabalham para os "vendeiros" ou "rendeiros", que são os proprietários dos motores que picotam a palha, dela extraindo o folículo piloso do qual se produz a cera, e que arrendam os terrenos aos proprietários locais para o corte de palha. Subsidiarimente, os Tapeba dedicam-se à extração de tucum, outro subproduto da carnaúba. A extração do tucum é realizada igualmente por mulheres e crianças, procedendo-se para tanto ao corte dos olhos dos quandús - pequenas carnaubeiras com caules de aproximadamente meio metro - e desfiando-se o tucum, que é posto para secar em "buchas".
Os Tapeba também produzem diversos itens de sua cultura material e artesanato para venda com as folhas da carnaubeira ou as buchas de tucum, tais como vassouras, bolsas, surrões, urus, chapéus, cordas, pincéis e espanadores. A centralidade da carnaúba é tal que os índios realizam em meados de outubro, na aldeia dos pau branco situada ao sul da lagoa do Tapeba, a chamada Festa da Carnaúba, que hoje é integrada também pela Feira Cultural e os Jogos, organizados pelos jovens professores indígenas.
Fonte:Jus Brasil - Diário Oficial da União.
Eventos:
XV FESTA DA CARNAÚBA
XIV FEIRA CULTURAL
XIII JOGOS INDÍGENAS
Data:
18 A 20 DE OUTUBRO DE 2014
Local:
TERREIRO SAGRADO DOS PAU BRANCO
ALDEIA INDÍGENA LAGOA DOS TAPEBA
Fotos enviadas por Marciane Tapeba para o Comitê Permanente em Apoio à Causa Indígena