Agricultores/as da localidade de Tabuleiro de Russas, distante 160 km de Fortaleza, estão se mobilizando para audiência com diretor geral do Departamento de Obras Contra as Secas (DNOCS) Emerson Fernandes no próximo dia 10 de outubro a partir das 14h no espaço do refeitório dos trabalhadores da obra da construção do perímetro irrigado Tabuleiro Russas.
A audiência foi marcada após os/as agricultores/as
terem ocupado a frente do canteiro de obras na madrugada do dia 25 de setembro.
Eles denunciaram uma série de irregularidades descumpridas pelo DNOCS desde que
às obras do Perímetro Irrigado e Barragem do Figueiredo deram início e que
garantia o reassentamento das famílias com acesso a água e área de produção.
Os/as agricultores/as ainda denunciaram que os reassentamentos
não foram concluídos, que as primeiras casas entregues já estão com rachaduras,
falta água, terra e energia elétrica. Há casos onde as famílias estão há mais
de sete meses sem abastecimento de energia no local e tendo que enfrentar
graves dificuldades.
As denuncias já foram para o Ministério Público
Federal onde nos anos de 2010 e 2011 foram assinados dois Termos de Ajuste de
Conduta (TACs) que responsabilizava o DNOCS a cumprir com os acordos, porém até
agora nada foi encaminhado.
As famílias estão se mobilizando para a audiência
com várias atividades, uma delas será a realização de um grande encontro na
manhã do dia 10 apartir das 8:30h na sede do Sindicato de Russas na Comunidade
do Distrito do Peixe. Será servido um café da manhã, exibição de um vídeo sobre
a ocupação e debate sobre o tema em questão. No final do encontro os agricultores/as
sairão em caravanas até o local da audiência.
Essa iniciativa tem o apoio de todos os
reassentados do perímetro Tabuleiros de Russas e da Barragem do Figueiredo,
organizações sociais como Cáritas Diocesana e Regional Ceará, Sindicato dos/as
Trabalhadores/as de Russas (STTR), Paróquia de Russas, Diocese, Escritório Frei
Tito de Direitos Humanos, FAFIDAM, além da presença e apoio do Fórum
microregional pela Vida no semiárido.
Compartilhado por João Alfredo Telles Melo