Deserto é uma região com
irregular e baixíssimo índice de precipitação pluviométrica, tendo uma média
anual variando entre 250 mm
e 400 mm .
Os desertos apresentam localização geográfica bastante variada se
caracterizando por apresentar vegetação muito esparsa e com solos bastante
áridos, compostos principalmente de areia e com presença de dunas. Os solos
rochosos em algumas áreas demonstram a escassez de vegetação e o baixo
desenvolvimento do solo. A principal característica de um deserto é a seca.
As terras mais baixas geralmente
são constituídas por planícies cobertas com sal. A erosão eólica (provocada
pela ação do vento), tem papel relevante nos processos de formação das
paisagens nas áreas de desertos. No hemisfério Norte é possível se encontrar
nos desertos, alguns arbustos distribuídos de modo bastante uniforme como se
fizessem parte de plantações feitas regularmente. É o que se chama de “amensalismo”,
ou seja, é a eliminação de indivíduos através de substâncias produzidas por
outros vegetais quando esses crescem ao seu redor.
A vegetação é constituída por
pequenos arbustos e gramíneas, sendo bastante ralas e espaçadas, normalmente
encontradas debaixo de rochas e fendas no solo, onde ocorre a acumulação da baixa
quantidade de água dessas regiões. Os depósitos
minerais podem ser abundantes e valiosos. A arqueologia pode ser privilegiada
devido ao fato de serem locais extremamente secos, favorecendo a boa
preservação de fósseis e artefatos produzidos pelo Homem.
Em conseqüência da escassez de
chuvas, os desertos aparentemente não têm capacidade de sustentar vida, no
entanto, uma análise mais detalhada mostra que os desertos podem abrigar uma
grande variedade de espécies, que normalmente permanecem escondidas, durante o
dia principalmente, para não perder a sua umidade natural. A fauna é composta
predominantemente por roedores que captam a água do próprio alimento ingerido
ou de gotas de orvalho, além de répteis (lagartos e serpente) e por
insetos.
A superfície terrestre é
constituída por aproximadamente 20% de áreas desérticas. Durante os dias as temperaturas em algumas
dessas regiões podem oscilar entre 40 °C a 50 °C (no verão) e 15 °C (no inverno), podendo
chegar abaixo de 0 °C .
Estas variações muito bruscas (altas no verão e baixíssimas no inverno) fazem
com que muitas pessoas não consigam resistir à vida nessas regiões de desertos.
A aridez extrema por si só não é
uma condicionante exata para se descrever um deserto. Regiões geladas também
podem ser consideradas como desertos desde que recebam menos de 250 milímetros de
chuva por ano, como é o caso da Antártida e do Alasca. O grande diferencial para a
identificação de um deserto é capacidade de evapotranspiração, que consiste na
combinação de perda de água através do processo de evaporação atmosférica da
água existente no solo, juntamente com a perda da água em forma de vapor,
através de processos vitais das plantas.
Assim em regiões mais quentes a
água pode evaporar em quantidades significativas, enquanto em regiões geladas a
capacidade de evaporação é muito inferior, quase insignificante. Desse modo,
apesar destas regiões frias, receberam pouca precipitação, não podem ser
definidas, de modo simplista, como desertos.
Em algumas regiões do planeta, o
surgimento de desertos decorre da existência de barreiras à chuva, quando
massas de ar perdem grande parte da sua umidade ao passar sobre as cadeias de
montanhas. De outro modo, a aridez extrema em outras áreas é decorrente do fato
de se encontrarem distantes de fontes de umidade (principalmente nas médias
latitudes, como ocorre no continente asiático).
Os ventos contra-alísios ocorrem
em duas faixas do globo terrestre que são divididos pela linha do Equador. Eles
se formam devido ao aquecimento do ar próximo à região equatorial. Quando os
ventos secos dissipam a cobertura de nuvens, permitem que mais luz solar aqueça
o solo. Nestas regiões cruzadas por ventos contra-alísios é onde se localizam a
maioria dos grandes desertos do planeta Terra. O maior deserto da Terra é o
Saara, localizado no norte da África. As maiores temperaturas já registradas no
Saara ficaram na média de 50ºC, sendo este um deserto de ventos contra-alísios.
Os desertos de latitudes médias
ocorrem entre os paralelos 30° e 50° N e no hemisfério Sul na mesma faixa, em
zonas de alta pressão subtropicais e em bacias de drenagem distantes dos
oceanos. Apresenta grandes variações nas médias anuais de temperaturas.
Exemplos de desertos de latitudes médias: deserto de Sonora, no sudoeste da
América do Norte e o deserto de Tengger, na China.
O deserto do Atacama, no Chile, está localizado entre a Cordilheira dos Andes
e o Oceano Pacífico. A temperatura pode variar entre 40ºC até abaixo de 0 ºC no
mesmo dia. É considerado o lugar mais seco da Terra. As rochas de areia são
predominantes, com grande escassez de água na região. As chuvas não ultrapassam
os 35 milímetros
por ano.
A vegetação que se adapta as
regiões desérticas possui de modo geral, um ciclo de vida relativamente curto.
No período de chuvas as sementes germinam e seguem naturalmente o ciclo
(crescer, florescer, frutificar, dispersar as sementes e morrer). As plantas que são perenes, como por exemplo,
os cactos, podem apresentar sistemas radiculares capazes de atingir áreas
extensas. As raízes conseguem absorver as águas das rápidas e escassas chuvas,
já que o armazenamento é muito grande formando aqüíferos. As folhas se
transformam em espinhos e a fotossíntese passa a ser realizada pelo caule.
Para os seres humanos um deserto,
além do ambiente extremamente hostil, pode ser mortal para pessoas que desejem
enfrentá-lo sem preparo. Devido às altas temperaturas ocorre perda rápida de
água no organismo através do suor. A deficiência de fontes de água para
recuperar a grande quantidade de líquido perdido na transpiração pode acarretar
em desidratação e morte em questão de poucos dias. A insolação é outro forte
fator de risco.
Algumas culturas, apesar do
ambiente aparentemente inóspito e hostil, conseguiram adaptar-se perfeitamente
a essas regiões com seus extremos climáticos, muito quentes ou muito gelados,
transformando essas regiões desérticas em seu habitat ao longo de milhares de
anos, entre estes povos destacam-se: os tuaregues, os índios pueblos e os
beduínos.
Os desertos podem ser
classificados pela sua localização geográfica, bem como pelo padrão climático
predominante (barreiras antichuvas, costeiros, polares, monção, ventos alísios
e latitudes médias). Os paleodesertos são antigas áreas desérticas que ocorrem
em regiões não-áridas. Outros desertos que se tem conhecimento são os existentes
em outros planetas, denominados desertos extraterrestres.
Um deserto brasileiro - O Jalapão
está situado a cerca de 300
km de Palmas, capital do estado de Tocantins, na região
Norte do Brasil. Apesar de denominado deserto, o Jalapão é cortado por vários
rios caudalosos de águas límpidas e belas cachoeiras. A vegetação deste deserto
brasileiro é predominantemente constituída pela vegetação de cerrado baixo,
formado por árvores de porte baixo e presença de veredas, onde os buritis se
sobressaem. É considerado deserto em função da baixa densidade demográfica (1
hab/km²).
No Brasil o importantíssimo e
exclusivo bioma Caatinga (presente na região Nordeste - nos estados do Ceará,
Rio Grande do Norte, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Bahia, Piauí, Alagoas e
norte de Minas Gerais - na região Sudeste) sofre com a degradação ambiental (legado
principalmente das monoculturas e do pastoreio extensivo, da construção
desordenada de açudes e do equivocado sistema de irrigação que em muitas áreas
elevou o grau de salinização dos solos). Todos esses fatores já destruíram
cerca de 40 mil km² do bioma Caatinga, transformando estas áreas em deserto.
Os cinco maiores desertos da Terra
Deserto
|
Continente
|
Superfície
(Km²)
|
Deserto
da Antártida
|
Antártida
|
14.000.000
|
Deserto
do Saara
|
África
|
9.000.000
|
Deserto
da Arábia
|
Ásia
|
1.300.000
|
Deserto
de Gobi
|
Ásia
|
1.125.000
|
Deserto
do Kalahari
|
África
|
580.000
|
Fonte: www.nationalgeographic.com