sexta-feira, 20 de abril de 2012

POLUIÇÃO HÍDRICA


Essencial para a vida no planeta, a água também tem sido fonte de grande preocupação para a Humanidade. O uso irracional deste bem tão precioso e a poluição dos oceanos, mares, rios e lagos, podem ocasionar, em breve, a exemplo do que já vem acontecendo em diversos países, a falta de água doce em escala global.  Se não houver uma mudança radical nos padrões de consumo dos recursos hídricos pelo ser humano, a situação se tornará caótica no mundo todo.
As causas da deterioração da qualidade da água dos oceanos, mares, rios e lagos têm como principais fatores a contaminação e a poluição por esgotos e produtos químicos. Desde a Revolução Industrial, na segunda metade do século XVIII, o ser humano tem causado à Natureza graves prejuízos ambientais, através de lançamentos de esgotos, dejetos químicos industriais, desmatamentos, descarte inadequado de resíduos e pela mineração descontrolada.
O lançamento de efluentes líquidos, tratados ou não, nos corpos d’água provoca alterações em suas características físicas, químicas e biológicas. Essas alterações poderão ser ou não, representativas para os usos a que as águas do corpo receptor se destinam, dependendo da intensidade da carga de poluentes lançada.
De acordo com pesquisas realizadas pela Comissão Mundial da Água e de outros organismos internacionais, três bilhões de pessoas em nosso planeta não possuem o mínimo necessário de condições sanitárias para viver e cerca de um bilhão não têm acesso a água potável.
Em função desses graves problemas, as epidemias como, febre tifóide, diarréia, esquistossomose, hepatite e leptospirose, alastram-se pelo planeta, matando mais de 5 milhões de pessoas por ano e sobrecarregando hospitais e postos de saúde nestes países.

INVENTÁRIO ESTIMADO DE ÁGUA NA TERRA
Local
Volume
(em milhares de km³)
Porcentagem de água total
Lagos de água doce
125
0,009
Rios
1,25
-
Umidade no solo
65
-
Água subterrânea
8.250
0,607
Lagos salinos e mares interiores
105
0,008
Atmosfera
13
0,001
Calotas polares, geleiras e neve
29.200
2,15
Oceanos e mares
1.320.000
97,22


                     POLUIÇÃO DAS ÁGUAS
O conceito de poluição das águas deve associar o uso à qualidade. Desta forma, pode-se definir poluição das águas, de modo mais simples, porém muito abrangente, como a alteração de suas características físicas, químicas ou biológicas, que prejudicam um ou mais de seus usos preestabelecidos. O termo preestabelecido é apropriado porque toda a água disponível, para ser utilizada deve está associada a usos atuais ou futuros, que deverão estar compatíveis com a qualidade, também atual ou futura.

Foto de Jorge Farias - Trecho do Rio Maranguapinho - CE

FONTES DE POLUIÇÃO

Poluição natural;
Poluição causada por esgotos domésticos;
Poluição causada por efluentes industriais;
Poluição causada por drenagem de áreas agrícolas e urbanas.

Poluição Natural
A poluição natural ocorre com o arraste, pela águas das chuvas, de partículas orgânicas e inorgânicas do solo, de resíduos de animais silvestres e de folhas e galhos de árvores e vegetação, bem como pelas características do solo por onde percolam as águas subterrâneas que abastecem o corpo d’água superficial. Esse tipo de poluição dificilmente altera as características da água de forma a torná-la imprópria para o uso mais nobre, que é o abastecimento público.

Poluição Produzida por Esgotos Domésticos
Quando os esgotos doméstico, tratados ou não, são lançados num corpo  d’água, eles alteram as características físicas, químicas e biológicas desse corpo. Se o corpo d'água apresenta-se com suas características físicas, químicas e biológicas naturais, essa alteração será maior ou menor em função do grau de tratamento a que se submeteu o esgoto doméstico, assim como em função do grau de diluição proporcionado pelo corpo receptor. Os esgotos domésticos de uma área urbanizada são o somatório dos esgotos sanitários, provenientes das residências, dos esgotos de origem das atividades comerciais (dependendo do ramo de atividade, podem ser bastante representativos).

Poluição Produzida por Efluentes Industriais
As atividades industriais geram efluentes com características qualitativas e quantitativas bastante diversificadas. Dependendo do tipo de indústria, os efluentes industriais podem conter elevadas concentrações de matéria orgânica, sólidos em suspensão, metais pesados, compostos tóxicos, microorganismos patogênicos e substâncias mutagênicas, teratogênicas e cancerígenas.

FONTES DE DESPEJOS
Esgoto doméstico
Fabricação de laticínios - queijos
Abatedouro bovino
Fabricação de couros
Abatedouro avícola
Fabricação de papel
Fabricação de cerveja
Detergentes
Fabricação de refrigerante
Óleos de cozinha
Fabricação de álcool
Óleos de automóveis

Poluição Produzida por Drenagens de Áreas Agrícolas e Urbanas
Em geral o deflúvio superficial urbano contém todos os poluentes que se depositam na superfície do solo. Quando ocorrem chuvas, os materiais acumulados em valas, bueiros e etc., são arrastados pelas águas pluviais para os cursos de água superficiais, constituindo-se numa fonte de poluição tanto maior quanto mais deficiente for a limpeza pública.
Já com relação ao deflúvio superficial agrícola apresenta características diferentes. Seus efeitos dependem muito das práticas agrícolas utilizadas em cada região e da época do ano em que se realizam a preparação do terreno para o plantio, a aplicação de fertilizantes e defensivos agrícolas e a colheita. A contribuição representada pelo material proveniente da erosão dos solos intensifica-se quando ocorrem chuvas em áreas rurais.

  PARÂMETROS ANALISADOS NO MONITORAMENTO
 DA QUALIDADE DA ÁGUA
Fósforo Total / Níquel
Temperatura do ar Condutividade Específica
PH Coloração da Água
Oxigênio Dissolvido (OD) Surfactantes
Coliforme Fecais / Manganês
Demanda Química de Oxigênio (DQO) Cloreto
Coliformes Totais / Ferro Total
Demanda bioquímica de Oxigênio(DBO) Fenol
Nitrogênio Total / Bário
Nitrogênio Nitrato / Cádmio
Nitrogênio Nitrito / Chumbo
Nitrogênio Amoniacal / Cobre
Nitrogênio Kjeldahl Total /     Cromo Total
Temperatura da Água Turbidez
Ortofósforo Solúvel / Mercúrio
Resíduo Total Zinco / Resíduo Não Filtrável


Referências:
  • Derísio JC, Introdução ao controle de poluição ambiental.. Ed. São Paulo; Signus 2000.
  • Gilda Collet Bruna & Arlindo Philippi Jr. & Marcelo De Andrade Romero - Curso de Gestão Ambiental, editores – Barueri, SP: Manole - 2004

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