domingo, 17 de julho de 2011

Matrizes Energéticas - Tendências Globais


Com o início da Revolução Industrial, a queima de combustíveis fósseis – carvão mineral, petróleo e gás natural - tomou um ritmo acelerado. Se considerarmos ainda os altos índices de desmatamentos florestais, encontramos como resultado, um valor em torno de 500 bilhões de toneladas de CO2 emitidos na atmosfera. Esta concentração atualmente é considerada a mais alta já registrada que em qualquer outra época, tomando-se como referência, os últimos 800 mil anos da nossa história.

As fontes de energia podem ser divididas em dois grupos principais: permanentes (renováveis) e temporários (não-renováveis). As energias renováveis são consideradas como energias alternativas ao modelo energético tradicional, tanto pela sua disponibilidade (presente e futura) garantida (diferente dos combustíveis fósseis que precisam de milhares de anos para a sua formação) como pelo seu menor impacto ambiental.

As principais fontes de energias renováveis são:

A energia solar é aquela energia obtida pela luz do Sol, pode ser captada com painéis solares. É uma fonte de vida e de origem da maioria das outras formas de energia na Terra. A cada ano a radiação solar trazida para a terra leva energia equivalente a vários milhares de vezes a quantidade de energia consumida pela humanidade.

A energia eólica é a energia obtida pela ação do vento, ou seja, através da utilização da energia cinética gerada pelas correntes aéreas. A energia eólica tem sido utilizada desde a Antiguidade para mover os barcos movidos por velas ou operação de máquinas para movimentação das suas fábricas de pás. É uma espécie de energia verde.

A energia hidroelétrica é a energia que se produz em barragens construídas em cursos de água. Essa energia vem da evaporação da água, pelo calor do Sol, que sobe com o vento, formando nuvens e precipitando no alto das montanhas em forma de chuvas, essas chuvas formam os rios que são represados, a água desses rios gira em turbinas que produzem energia elétrica. O problema são os impactos sócio-ambientais gerados pelo alagamento de grandes áreas.

A energia dos mares é a energia que se obtém a partir do movimento das ondas, a das marés ou da diferença de temperatura entre os níveis da água do mar. Ocorre devido à força gravitacional entre a Lua, a Terra e o Sol, que causam as marés, ou seja, a diferença de altura média dos mares de acordo com a posição relativa entre estes três astros.

A energia da biomassa é a energia que se obtém durante a transformação de produtos de origem animal e vegetal para a produção de energia calorífica e elétrica. Na transformação de resíduos orgânicos é possível obter biocombustíveis, como o biogás, o bioálcool e o biodiesel.

A energia geotérmica é a energia do interior da Terra. A geotermia consiste no aproveitamento de águas quentes e vapores para a produção de eletricidade e calor. Parte do calor interno da Terra (5.000 °C) chega à crosta terrestre. Em algumas áreas do planeta, próximas à superfície, as águas subterrâneas podem atingir temperaturas de ebulição, e, dessa forma, servir para impulsionar turbinas para eletricidade ou aquecimento.

As energias não-renováveis  são: 

Os combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo e gás natural) são fontes não-renováveis de energia: não é possível repor o que gastamos. Em algum momento vão acabar e podem ser necessários milhões de anos de evolução semelhante para poder contar novamente com eles. São os maiores responsáveis pelas emissões de CO2 na atmosfera, causadores do efeito estufa.

A energia nuclear é gerada quando os núcleos atômicos de elementos pesados, como o urânio, podem ser desintegrados (fissão nuclear ou cisão nuclear) e liberar energia radiante e cinética. Usinas termonucleares usam essa energia para produzir eletricidade utilizando turbinas a vapor. Uma conseqüência da atividade de produção deste tipo de energia são os resíduos nucleares, que podem levar milhares de anos para perder a radioatividade.


Mas de acordo com estudos do Greenpeace e da ONU, o mercado segue em ritmo de crescimento acelerado para energias limpas. O destaque fica para os países em desenvolvimento que lideram a corrida por novos investimentos no setor. Para os pesquisadores do Greenpeace Internacional a energia renovável não é coisa do futuro, é realidade do presente. O estudo traz um balanço das energias renováveis nos últimos 40 anos, a que eles deram o nome de Revolução Silenciosa.

Mesmo considerando o aumento do uso de combustíveis fósseis, tanto para novas instalações quanto em suas altas taxas de emissões de gases de efeito estufa, as energias solar e eólica, foram as que mais apresentaram alta em suas taxas de crescimento, ficando em torno de 430 mil MW, nos últimos 10 anos. Apenas no ano de 2010, de todas as centrais elétricas que surgiram no planeta, 26% foram de fontes renováveis, principalmente a eólica. As térmicas a gás responderam por 42%, as nucleares foram de 2% e o restante de energia térmica. 

A ONU, em seu estudo de Tendências Globais dos Investimentos em Energia Renovável, edição 2011, lançado recentemente pela UNEP, endossa as perspectivas do Greenpeace Internacional. Seus dados mostram que entre 2009 e 2011 esses investimentos atingiram 32%.

No Brasil houve uma queda nos investimentos em renováveis.  Em relação ao ano de 2009 o decréscimo foi de 5%, para um total de 6,9 bilhões de dólares, isso se deve especialmente à reestruturação do setor sucroalcooleiro, que é responsável pela produção de energia por co-geração à biomassa, de acordo com a pesquisa do Greenpeace. Porém, apesar da redução, o país ainda é visto como um dos atores principais e de maior potencial no mundo, para um relevante crescimento de mercado para renováveis.

O Estado do Ceará terá um sistema híbrido de energia solar-eólica. Preocupado em mitigar os impactos ambientais gerados com a obtenção de energia, o físico e engenheiro mecânico, Elissandro Monteiro do Sacramento, idealizou o projeto que deverá ser construído ainda este ano no Campus da Universidade Estadual do Ceará (Itaperi). São sete os pesquisadores envolvidos na pesquisa que tem recursos da ordem de R$ 250 mil, garantidos pelo CNPq. O pesquisador cearense prevê ainda para o futuro, a incorporação de dessalinizadores ao projeto.

Referências:

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