sábado, 29 de junho de 2019

UECE recebe exposição sobre Povo Tremembé da Barra do Mundaú



A exposição fotográfica ‘Iandé Á’Tã Joaju – Juntos Somos Fortes’ será aberta na próxima terça-feira (02), às 10h, na Universidade Estadual do Ceará.




O Povo Indígena Tremembé da Barra do Mundaú (Itapipoca/CE) e o Centro de Estudos do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador – CETRA, abrem na próxima terça-feira, 02 de julho, às 10h, no Campus Itaperida Universidade Estadual do Ceará (UECE), em Fortaleza, a exposição fotográfica Iandé Á’Tã Joaju – Juntos Somos Fortes, com fotografias de Marcos Vieira. A abertura oficial acontece no Auditório Paulo Petrola, a partir das 10h, e a visitação é gratuita.

A exposição, que fica aberta a visitação até o dia 30 de julho, tem como objetivo retratar a cultura, a arte e as faces das crianças, jovens, adultos e troncos velhos dos Tremembé da Barra do Mundaú e de fortalecer o processo de resistência e luta pela demarcação das terras indígenas.

“Para nós Tremembé da Barra do Mundaú, esta exposição de fotografias tem um significado importante para a luta que fazemos em defesa de nosso território, pois a mesma retrata elementos que mantém viva a nossa esperança de um dia ter nossa terra demarcada”, conta a jovem liderança indígena Mateus Tremembé. E continua: “estamos super felizes por ver a nossa cultura e tradição sendo apreciada e exposta dentro da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, onde deveria ser um espaço de fácil acesso e que infelizmente é restrito. Sentimos que estamos conseguindo enquanto povo quebrar o paradigma da exclusão”.

As fotografias da exposição Iandé Á’Tã Joaju – Juntos Somos Fortes são de Marcos Vieira. Sobre elas, o jornalista e escritor Flávio Paiva escreve, na apresentação da exposição, que elas são “essencialmente uma reafirmação do lugar do olhar imerso em matizes culturalistas, aproximando o que está dentro com o que está fora da imagem”. Ainda segundo Flávio, “cada imagem captada por ele não é apenas um gesto de corte do real, mas uma religação de histórias, de memórias e de imaginários”.

Exposição itinerante

Iniciando no Campus Itaperi, a exposição percorrerá todos os campi da UECE distribuídos pelo Ceará, com o objetivo não apenas da apreciação das fotografias, mas, sobretudo, de refletir sobre as populações indígenas, reafirmando a universidade pública enquanto o espaço de discussão e de democratização dos saberes.

Depois de Fortaleza, a exposição segue para a FACEDI, em Itapipoca, onde fica em cartaz de 1º e 15 de agosto. Em seguida segue para Tauá, na CECITEC (19 a 30 de agosto). Em setembro, a exposição estará na FAEC de Crateús (02 a 15 de setembro) e na FECLI de Iguatu (17 a 30 de setembro). Outubro é a vez da FAFIDAM de Limoeiro do Norte (02 a 15 de outubro) e a FECLESC, em Quixadá (17 a 30 de agosto) receberem a exposição, que finalizará o ciclo itinerante em parceria com a UECE no Centro de Humanidades, em Fortaleza, de 02 a 30 de dezembro.

A exposição é realizada pelo Centro de Estudos do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador – CETRA, através do projeto Ação Tremembé, em parceria com o Povo Tremembé da Barra do Mundaú e apoiada pela União Europeia, Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria de Desenvolvimento Agrário – SDA e Universidade Estadual do Ceará.

Ação Tremembé

O Projeto Ação Tremembé realizou, durante três anos (2016-2019), juntamente com o Povo Tremembé da Barra do Mundaú ações com o intuito de potencializar a defesa dos direitos humanos dos povos indígenas cearenses e, em especial, do Povo Tremembé da Barra do Mundaú. Foram três anos de muito aprendizado, troca de conhecimento, fortalecimento das articulações e ampliação da visibilidade da luta pela terra – realizada a partir da campanha Iandé Á’tã Joaju – Juntos Somos Fortes! Pela demarcação imediata da terra indígena Tremembé da Barra do Mundaú, que também dá nome à exposição.

“O Projeto Ação Tremembé, trouxe a mensagem de que eu poderia ir muito além das cercas da comunidade, que o Ceará ou Brasil não são o meu limite, que meus sonhos podem sim ser realizados, e que eu sou o responsável por luta por eles. Mostrou-me também que eu poderia produzir minha própria comunicação, e é isso que faço. Suas formações despertaram em mim o interesse em fazer fotografia, vídeos, danças e acima de tudo, possibilitou o meu desenvolvimento como Luan de Castro, o jovem indígena que produz comunicação indígena”, conta Luan de Castro, jovem Tremembé. 








Fotografias: Marcos Vieira

SERVIÇO

Abertura da Exposição Fotográfica Iandé Á’Tã Joaju – Juntos Somos Fortes

Dia 02 de julho às 10h no Auditório Paulo Petrola, no Campus Itaperi da UECE, em Fortaleza.

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Matéria enviada para o Observatório Socioambiental por Miguel Cela - Ascom Cetra

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