Marcondes, pertencente ao povo Laklãnõ-Xokleng da Terra Indígena Laklãnõ, Alto Vale do Itajaí, integrou a primeira turma do curso Licenciatura Intercultural Indígena da Universidade Federal de Santa Catarina, cuja formatura ocorreu em abril de 2015.
Foto: reprodução / Facebook
De
acordo com informações do Jornal de Santa Catarina, o professor da etnia Xokleng, Marcondes Nambla, 38 anos, foi encontrado desacordado na madrugada do dia 1º de
janeiro, no Centro de Penha, no Litoral Norte de SC. Segundo apurou o jornal, o
Corpo de Bombeiros foi acionado para uma ocorrência na Rua Eugênio Krause por
volta das 5h30min, onde encontrou a vítima inconsciente e com um ferimento
profundo na cabeça. Havia suspeita de traumatismo craniano.
“Ele
foi levado primeiramente ao Pronto Atendimento da cidade, e em seguida, foi
encaminhado ao Hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, onde foi
internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Ele não resistiu e morreu
no início da noite de terça-feira (2). Conforme o relato de testemunhas aos
bombeiros, Marcondes teria sido agredido”, diz o jornal.
Notas de solidariedade e homenagens
A Comissão
Nhemonguetá, do Povo Guarani, divulgou nota de solidariedade ao Povo Xokleng
Companheir@s, recebemos a triste noticia da morte
brutal do professor Xokleng Marcondes Nambla. Que foi encontrado desacordado na
praia de Penha/SC, devido ao espancamento.
Foi socorrido e levado para o hospital em Itajaí em estado grave os médicos já
haviam diagnosticado morte cerebral devido ter os ossos do crânio moído e
supostamente além de ser espancado ainda havia sinais de pneus de carro ter
passado por cima do corpo.
No final da tarde de hoje recebemos a notícia que ele veio a óbito. É triste e revoltante que esse tipo de ataques contra indígena que vem acontecendo no estado se tornar normal e invisibilizado.
E até agora não ter um culpado e ninguém punido por essas crueldades.
Povo Guarani presta sua solidariedade ao povo laklano xokleng.
Povos indígenas de Santa Catarina de luto.
No final da tarde de hoje recebemos a notícia que ele veio a óbito. É triste e revoltante que esse tipo de ataques contra indígena que vem acontecendo no estado se tornar normal e invisibilizado.
E até agora não ter um culpado e ninguém punido por essas crueldades.
Povo Guarani presta sua solidariedade ao povo laklano xokleng.
Povos indígenas de Santa Catarina de luto.
O curso Licenciatura Intercultural Indígena, da UFSC, publicou nota em homenagem ao professor Marcondes Namblá
HOMENAGEM E TRIBUTO A MARCONDES NAMBLÁ
PERDEMOS MARCONDES
Perdemos todos com a partida brusca, trágica e
inadmissível de Marcondes Namblá, ocorrida em 02 de
janeiro de 2018. Estamos de luto, sentindo profunda amargura e consternação.
Marcondes, pertencente ao povo
Laklãnõ-Xokleng da Terra Indígena Laklãnõ, Alto Vale do Itajaí, integrou a
primeira turma do curso Licenciatura Intercultural Indígena da UFSC, cuja
formatura ocorreu em abril de 2015. Em seu Trabalho de Conclusão de Curso
pesquisou e trabalhou o tema Infância Laklãnõ e a prática dos banhos nos rios,
obscurecidos pela construção da Barragem Norte. Em suas Considerações Finais
aponta: “Espero que essa reflexão possa contribuir para a construção de um novo
pensamento em busca de alternativas para a resolução dessa problemática que
hoje está instituída entre os Filhos do Sol e que os Espíritos da Natureza
estejam conosco nos direcionando para o caminho certo.”
Marcondes era uma liderança
expressiva e ora exercia o cargo de juiz na Terra Indígena. Era exímio falante
da língua Laklãnõ e dominava a sua escrita e compreensão. Era professor na Escola
Laklãnõ.
Perdemos a criatividade, o brilhantismo, a
originalidade e sensibilidade, o empenho, o vigor e os horizontes de Marcondes. Ficamos com a memória, feitos, reflexões,
sua alegria, competência e habilidade.
Equipe de coordenação do curso Licenciatura
Intercultural Indígena.
UFSC, 03 de janeiro de 2018.
Violência contra os povos indígenas em SC
Violência contra os povos indígenas em SC
No dia 30 de dezembro de 2015, outro crime bárbaro
ocorreu em Santa Catarina. O bebê Vitor Pinto, do povo Kaingang, de apenas 2
anos, foi degolado em frente à rodoviária de Imbituba. Relembre o caso:
- Mãe relata que assassino fez carinho antes de matar garoto indígena em SC
- Morte de bebê indígena em Santa Catarina expõe rotina de descaso
Atualizado em 04.01.2018
Leia a nota da Fundação Nacional do Índio: Nota de Pesar pela morte do professor Marcondes Namblá
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