Na última quinta-feira,13/7, José
Raimundo Mota de Souza Júnior foi assassinado a tiros enquanto trabalhava no
campo com um irmão e um sobrinho, ambos conseguiram escapar com vida, segundo
informa o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). Conhecido como Júnior do
MPA, o líder quilombola era educador popular, grande defensor da Agroecologia,
das cisternas de placa, militante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA)
e morador da Comunidade Quilombola de Jiboia, município de Antônio Gonçalves - Bahia. Leia a notícia: Líder camponês é assassinado na Bahia.
Na madrugada de domingo, 16/7, Lindomar
Fernandes Martins, 35 anos, foi morto após ter a casa invadida, no Território
Quilombola de Iúna, situado no município de Lençóis-Bahia. O Incra lançou nota onde diz: “Espera-se que as investigações, a serem realizadas
pelos órgãos do sistema de Justiça, esclareçam os fatos. O Incra-BA já havia
dado início ao processo de regularização fundiária da comunidade de Iúna. O
Relatório Técnico de Identificação e Delimitação [RTID] encontra-se pronto e
será apresentado ao Comitê de Decisão Regional da instituição”, aponta trecho
da nota do Incra para a imprensa. Leia a notícia: Trabalhador rural quilombola é assassinado em comunidade do município de Lençóis.
![]() |
Júnior do MPA - Foto reprodução |
No dia 09 de julho, o portal De Olho nos Ruralistas publicou matéria onde destaca o corte de gastos com territórios quilombolas: “Folha mostra que verba para indenização de imóveis baixou de R$
13 milhões, em 2014, para R$ 3,5 milhões; gasto com índios isolados é reduzido
a 1/3. Não foi só a CPI da Funai e do Incra que optou por minar as duas
instituições. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a
Fundação Nacional do Índio (Funai) estão entre as principais vítimas de cortes
orçamentários do governo Temer". Leia na íntegra: Gasto com territórios quilombolas despenca para 25% do valor de 2014.
No dia 13 de julho, o jornalista Felipe Milanez publicou artigo na revista
Carta Capital sobre a portaria do MJ, onde a medida propõe que Polícia Federal e Secretaria de Segurança Pública determinem
políticas para indígenas e quilombolas. Leia na íntegra: “Ministério solta portaria fascista contra indígenas e quilombolas”.
A violência contra defensores e defensoras de direitos humanos, que
inclui lideranças indígenas e quilombolas, recrudesceu. Apenas no ano de 2017, conforme dossiê apresentado no último dia 05 de julho, pelo Comitê
Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos (CBDDH) aponta que,
em 2016, “foram assassinadas 66 pessoas que atuavam na promoção e proteção dos
direitos básicos individuais ou coletivos. Outros 64 defensores dos direitos
humanos foram ameaçados ou se tornaram alvo de ações que visavam a criminalizar
suas atuações”. Segundo o CBDDH, "já foram 37 mortes no ano de 2017, o que
representa o dobro dos assassinatos comparado ao mesmo período do ano
passado". Saiba mais: Dossiê revela que 66 defensores e defensoras dos direitos humanos foram mortos em 2016 no Brasil
"Esse cenário desolador de violência já não se restringe apenas a
algumas pessoas, mas adquiriu caráter de chacinas e massacres brutais. Por
exemplo, apenas em 2017, ocorreu o massacre de Colniza, MT, no dia 19 de abril,
quando 09 vidas foram ceifadas; um ataque brutal contra indígenas do povo
Gamela em Viana, MA, no dia 30 de abril que deixou 22 feridos; e o assassinato
de 10 trabalhadores no município de Pau d´Arco, no Pará, no dia 24 de
maio", aponta o dossiê.
Veja também:
CPT: Nota de Repúdio pelo assassinato do quilombola e militante do MPA José Raimundo Mota