Na
atividade foram discutidas a relação entre a saúde e o avanço
desenfreado do agronegócio.
Mais
de 300 pessoas entre assentados/as, estudantes, técnicos,
professores, pesquisadores e trabalhadores da saúde se reuniram no
último dia (30) na cidade de Teodoro Sampaio, no Pontal do
Paranapanema, para discutir os impactos na saúde causados pelo
agronegócio e o uso excessivo dos agrotóxicos e dos transgênicos.
O seminário foi construído a partir da iniciativa do setor de saúde do MST e de diversos parceiros como o Colegiado de Desenvolvimento Territorial (CODETER), o Centro de Referência em Saúde do trabalhador de Presidente Prudente e região (CERREST/PP), Universidades e a Associação de Luta contra o Câncer de Mirante do Paranapanema.
O seminário foi construído a partir da iniciativa do setor de saúde do MST e de diversos parceiros como o Colegiado de Desenvolvimento Territorial (CODETER), o Centro de Referência em Saúde do trabalhador de Presidente Prudente e região (CERREST/PP), Universidades e a Associação de Luta contra o Câncer de Mirante do Paranapanema.
Foram
discutidas a intensa relação entre a saúde, o trabalho e o meio
ambiente com o avanço desenfreado do agronegócio na região.
Dentre
as mesas e depoimentos, algumas pesquisas foram apresentadas e ao
final do dia foi produzido um diagnóstico da saúde regional que
deve ser sistematizado e trabalhado nos próximos dias.
Em
sua exposição de pesquisa realizada, a fonoaudióloga do Cerest,
Meire Judai, foi enfática ao dizer que substâncias contidas nos
venenos usados nas lavouras têm causado a perda da audição e até
surdez de trabalhadores.
Telma
Marinotti, da Associação do Câncer de Mirante apresentou dados
que indicam que casos de câncer vêm aumentando na região.
Segundo
pesquisas realizadas por pesquisadores do grupo Cetas da Unesp, os
assentamentos na região representam uma importante conquista na
qualidade da saúde de seus habitantes.
Para
o professor Raul Borges Guimarães, a criação de assentamento na
região contribui sobremaneira com a qualidade de vida da população
local.
“A
recuperação dos solos e matas, bem como a construção da segurança
alimentar, são grandes conquistas em se tratando de saúde e bem
estar, mas esses assentamentos estão em risco por estarem
rodeados de cultivo de cana-de-açúcar, com uso intensivo de
agrotóxicos, bem como a instalação de usinas de beneficiamento da
cana”, ressaltou.
Para
Antonio Thomaz Junior, assentado na região do Pontal, a região está
no centro do Polígono do Agronegócio, ou seja, dentro de uma vasta
área de interesses do capital onde se concentra enorme porção de
terras férteis e com grande disponibilidade de água.
“Após
a instalação de algumas usinas aumentaram os índices de doenças
alérgicas, respiratórias, dermatológicas e até neoplasias
(câncer). Várias doenças atingem também os animais e as
plantações. Existe também a dificuldade de produzir várias
culturas agrícolas pelo impacto causado com o veneno que é despejado pelos aviões pulverizadores ou que chega com o vento sobre a
plantação dos assentamentos”, pontua.
Como
encaminhamentos do seminário, uma carta denúncia será divulgada
para imprensa e órgãos públicos esta deverá servir de base para
plenárias e fóruns em saúde.
Também
será produzido material informativo sobre os temas discutidos que
serão distribuídos em postos de saúde, escolas e locais públicos
para aumentar o conhecimento da população sobre esses problemas na
região, além de outras atividades de formação e trabalho na área
da saúde.