Ao: Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Ministro
Ricardo Lewandowski e governo federal, Presidente da República Dilma Rousseff
De: Lideranças de Aty Guasu dos povos Guarani e Kaiowa e
comunidades de tekoha Kurusu Amba
A presente nota pública de lideranças de Aty Guasu tem por
objetivo divulgar e socializar em primeiro lugar os dados de mortes de Guarani
e Kaiowá no Sul do Estado de Mato Grosso do Sul. De fato, de um (01) a duas
(02) indígenas Guarani e Kaiowa morrem por dia, isto é, cada dia morre dois ou
três indígenas nas Reservas Indígenas e nas beiras da rodovia BR. Em resumo,
três (03) e até cinco (05) indígenas Guarani e Kaiowa morrem por semana no Mato
Grosso do Sul. Em um mês, morreram e ainda morrem entre os 25 e 30 indígenas
Guarani e Kaiowá despejadas nas Reservas indígenas superlotadas e comunidades
Guarani e Kaiowa despejadas e largadas às margens das rodovias BR. Para evitar
e diminuir mais morte indígena frequente e contínuo, pedimos ao Presidente do
STF a suspensão imediata de ação de despejo dos Guarani Kaiowa de Kurusu Amba.
Para lideranças de Aty Guasu o despejo anunciado dos
indígenas de suas terras significa a PENA DE MORTE COLETIVA INDÍGENAS,
promovida pelo próprio governo e justiça federal. O governo e justiça através
de despejo julgam e condenam os indígenas à PENA DE MORTE COLETIVA. Por essa
razão, os membros das comunidades Guarani e Kaiowa compreendem muito bem que o
despejo e a expulsão da comunidade de parte de suas terras tradicionais é
condenação à morte epidêmica, é responsável por essa continuação de morte é o
governo e justiça do Brasil.
As comunidades indígenas Guarani e Kaiowa largadas e
encontradas na beira da rodovia BR e nas Reservas superpovoadas sem mais
espaços de terras e sem mais recursos foram e são famílias inteiras condenadas
à morte coletiva acelerada. Pedimos à Presidenta Dilma que pare de promover e
autorizar o genocídio Guarani e Kaiowa, é para demarcar as terras indígenas.
No início de março de 2015, a justiça e governo federal
anunciam e determinam o despejo e expulsão de 250 indígenas Guarani e Kaiowa
das comunidades de Kurusu Amba-município de Coronel Sapucaia-MS, faixa de
fronteira Brasil com Paraguai. A mando da justiça federal e mega-operação
policiais federais anuncia que no dia 16/03/2015 vão retirar e despejar as
comunidades de Kurusu Amba e largar às Reservas indígenas ou à margem da
rodovia BR, as condenando à pena de morte coletiva.
Diante dessa determinação de expulsão dos indígenas pela
justiça e governo federal, as comunidades Guarani e Kaiowa avaliam e
compreendem que estão sendo condenados à pena de morte coletiva pela justiça
federal. Não temos opção de sobreviver avaliam e concluem as comunidades de
tekoha Kurusu Amba. “Se despejar e levar-nos largar à beira da rodovia BR, nós
vamos morrer igual lá”.
“Se largar-nos nas Reservas iremos morrer lá também,
não temos alternativa, sem mais chance em viver e sobreviver” analisam as
comunidades Guarani e Kaiowa de Kurusu Amba. “Hoje avaliamos e decidimos em
morrer aqui no tekoha Kurusu Amba”.
“Amanhã dia 12/3/2015, às 14horas, os delegados da polícias federais da operação de despejo retornam à comunicar nós o horário de ação de ataque de policiais às comunidades, assim, amanhã os delegados da PF vão anuncia o horário de nossos massacre e a morte coletiva aqui em Kurusu Amba” avisam as comunidades Guarani e Kaiowa. “De nossa parte reafirmamos que não vamos morrer nas margens das rodovias e nem nas Reservas, nós decidimos em ser morto aqui em nosso tekoha Kurusu Amba, e pedimos infelizmente que nos matem e enterrem aqui mesmo, não queremos que retirem os nossos cadáveres daqui de Kurusu Amba” assim solicitam reiteradamente as comunidades Guarani Kaiowá.
“Amanhã dia 12/3/2015, às 14horas, os delegados da polícias federais da operação de despejo retornam à comunicar nós o horário de ação de ataque de policiais às comunidades, assim, amanhã os delegados da PF vão anuncia o horário de nossos massacre e a morte coletiva aqui em Kurusu Amba” avisam as comunidades Guarani e Kaiowa. “De nossa parte reafirmamos que não vamos morrer nas margens das rodovias e nem nas Reservas, nós decidimos em ser morto aqui em nosso tekoha Kurusu Amba, e pedimos infelizmente que nos matem e enterrem aqui mesmo, não queremos que retirem os nossos cadáveres daqui de Kurusu Amba” assim solicitam reiteradamente as comunidades Guarani Kaiowá.
É sabido que nas Reservas Indígenas Guarani e Kaiowa
superlotadas ocorrem uma ou duas mortes indígenas por dia; e nas comunidades
margem das rodovias BR, estão morrendo de modo igual, por isso as comunidades
de Kurusu Amba resistem e insistem em lutar até a morte em tekoha Kurusu Amba,
todos nós guerreiros e guerreiras apoiamos a resistência de Kurusu Amba.
Diante dessa decisão definitiva das comunidades de Kurusu
Amba, nós lideranças de Aty Guasu recorremos ao Presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF) para suspender essa ordem e ação de genocídio e pena de morte
coletiva Guarani Kaiowa.
Contamos com apoios de todas as sociedades nacionais e internacionais para defender as centenas de vidas humanas de pena de morte coletiva determinada pela justiça federal de Mato Grosso do Sul.
Contamos com apoios de todas as sociedades nacionais e internacionais para defender as centenas de vidas humanas de pena de morte coletiva determinada pela justiça federal de Mato Grosso do Sul.
Tekoha Kurusu Amba, 11 de março de 2015
Assinamos lideranças de Aty Guasu Guarani Kaiowa
Aty Guasu luta contra o genocídio e pena de morte coletiva
determinada pela justiça federal
Veja o vídeo com a última mensagem da comunidade Guarani Kaiowa de Kurusu Amba antes de massacre à Presidenta Dilma:
Fotos e texto: Aty Guasu https://www.facebook.com/aty.guasu