Nós, Jovens Indígenas do Ceará, dos povos: Potiguara,
Gavião, Tabajara, Tremembé, Kanindé, Tupinambá, Tapeba, Anacé, Jenipapo-Kanindé
e Pitaguary; reunidos no I Encontro de Juventude Indígena do Ceará, que
aconteceu nos dias 07 a 09 de Fevereiro de 2014 no Povo Pitaguary, aldeia
Monguba- Pacatuba –CE, discutindo o tema Pela
garantia dos direitos Indígenas resolvemos que:
• A Terra é nossa mãe e defenderemos com toda a nossa força
e se preciso for com a nossa vida.
• Que não aceitaremos de braços cruzados a ofensiva sobre os
nossos direitos, como a mudança dos artigos 231 e 232 da Constituição Federal.
Repudiamos:
• As artimanhas do Congresso Nacional e da AGU, quando
propõe a mudança na Constituição com a proposta de uma emenda constitucional,
projeto de lei complementar e portarias. A Juventude Indígena debateu a
necessidade de fortalecer, mobilizar e articular as organizações e povos
Indígenas do Ceará, já que temos uma realidade no Brasil e no Ceará
desfavorável para os nossos povos. O modelo de desenvolvimento que está posto
no Brasil e no Ceará se resume no extermínio das populações indígenas atacando
às vidas, as culturas, as línguas e os modos de produção tradicional e diversos
outros fatores importantes para o bem viver de nossos povos indígenas.
Reivindicamos:
• Realizar projetos junto aos órgãos governamentais que
promovam palestras/oficinas de conscientização sobre o uso de drogas,
alcoolismo e prostituição;
• Fazer com que a FUNAI junto às lideranças exerça o
acompanhamento e a fiscalização das instituições governamentais que solicitam a
liberação de autorizações para empresas privadas, dentro ou próximo às terras
Indígena;
• Solicitar ao Governo Municipal, Estadual e Federal
projetos voltados para a educação e trabalho;
• Acesso da juventude indígena a universidade e ampliação
dos convênios já existentes;
• Valorizar o esporte, como alternativa de melhorar a vida
dos jovens indígenas nas suas comunidades nativas;
• Respeito e preservar a espiritualidade, cultura e história
dos povos indígenas;
• Realizar oficinas e projetos culturais nos povos indígenas
como exemplo: Artesanato, audiovisual e etc;
• Garantir que a equipe de saúde possa respeitar os
conhecimentos tradicionais dos povos indígenas, para uma troca de saberes
(medicina convencional e tradicional);
• Valorizar as farmácias vivas, dentro das escolas e das
comunidades;
• Melhorar o atendimento nos postos (convencionais) de saúde
para com os povos Indígenas;
• Reestruturar os centros de atendimentos, e
instrumentalizar com novos recursos hospitalares para os postos de saúde da
comunidade;
• Promover espaços que discutam mais a questão da igualdade
de direitos entre homens e mulheres nas aldeias e nas escolas.
Acreditando na força do nosso Pai Tupã e dos Encantados
exigimos do Estado Brasileiro que se respeite os direitos e os Povos Indígenas
do Brasil e reconheça a contribuição dos mais de 350 povos indígenas na
construção da identidade desse País.
Monguba – Pacatuba (CE), 09 de fevereiro de 2014.
Compartilhado por Marciane Tapeba no Comitê Permanente em
Apoio à Causa Indígena