Tornamos público nosso apoio e solidariedade aos povos indígenas do Brasil e do Ceará e nosso profundo repúdio ao Governo Brasileiro e seus ruralistas pelo genocídio que promovem contra esses povos.
Os freqüentes assassinatos dos índios, dentre eles o do irmão terena Oziel Gabriel no Mato Grosso do Sul; o descaso e os ataques contra a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e a trágica decisão do Governo Federal em entregar a demarcação das Terras Indígenas nas mãos de setores que não tem experiências com a questão; e o indisfarçado objetivo de favorecer ruralistas, políticos e empresários, são as maiores vergonhas que o Estado brasileiro impõe a nossa sociedade. Exemplos vivos de como o colonialismo racista e etnocêntrico permanece na cultura do Estado brasileiro desde 1500.
Nós, negros, brancos e não índios em geral, que queremos um país melhor, não corroboramos com a ideia de que a satisfação das necessidades da sociedade se paute no sangue de nossos ancestrais vivos e resistentes, que também corre por nossas veias e cuja cultura enriquece nossa vida.
Exigimos que o Governo Federal, os poderes públicos e empresários parem de usar o nome da sociedade para justificar sua violência. É o Estado, e não a população, que escolhe o genocídio como método para se consolidar como “potência econômica”. Quem entende que garantir direitos, cidadania e vida pacífica aos povos é entravar o desenvolvimento é agente e cúmplice desse genocídio e nunca nos representará.
O Governo Federal deve rever imediatamente a política econômica anti-indígenas e dizimadora dos povos; promover a demarcação de todas as Terras Indígenas, incluindo as do Ceará, dentre estas a do Povo Tapeba, que prestes a ter suas terras decretadas se vêem agora ameaçados, frente vergonhosa ação do Ministério da Justiça de suspender os processo demarcatórios.
Enfatizamos que garantir as conquistas democráticas e os direitos dos povos não é romantismo e nem “projeto irreal”, como pensa a Ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann, e jamais poderia ser visto como prejuízo ao país. Um desenvolvimento manchado com o sangue indígena é uma inglória herança que não nos interessa.
Por isso nos somamos e estaremos sempre de mãos dadas com nossos irmãos e irmãs, apoiamos suas resistências e jamais nos ausentaremos na defesa e solidariedade de nossos parentes! E desde aqui saudamos e enviamos toda nossa energia às “Jornadas unitárias de luta em MS: pela demarcação das terras indígenas e quilombolas, reforma agrária, contra o capital e pela soberania popular”.
Fortaleza, Junho de 2013
Articulações Comunitárias do Bom Jardim – CE,
Associação dos Produtores de Artesanato de Teresina – ASPROARTE,
Associação Ipê Rosa LGBTs – GO
Articulação de Mulheres Brasileiras/AMB,
Associação Quilombola Vó Rita- GO
Cáritas Arquidiocesana de Fortaleza - CE
Central dos Movimentos Populares-CMP - CE
Centro de Assessoria Jurídica Universitária- Caju/UFC - CE
Centro de Defesa da Vida Herbert de Souza - CE
Centro de Defesa dos Direitos Humanos Nenzinha Machado- PI
Centro de Direitos Humanos João Bosco Burnier VG - MT
Coletivo Flor do Urucum - CE
Comitê Permanente em Apoio à Causa Indígena
Comitê Popular da Copa -CE
Diaconia -CE
Escritório de Direitos Humanos e Assessoria Jurídica Popular Frei Tito de Alencar- CE
Fórum Cearense de Mulheres
Fórum em Defesa da Zona Costeira do Ceará/FDZCC,
Fundação Marica Saraiva - PI
Grupo Agroecológico/UFC -CE
Grupo consumo Responsável de Fortaleza-CE
Grupo Crítica Radica-CE
Grupo Oxumaré de Direitos Humanos de Negritude e LGBTs - GO
Instituto Negra do Ceará,
Instituto Terramar -CE
Instituto Viramundo -CE
Mandato Ecos da Cidade -CE
Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia MT,
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST,
Movimento Ibiapabano de Mulheres – MIM - CE
Movimento Nacional dos Direitos Humanos-CE,
Movimento Pró-Árvore - CE
Núcleo TRAMAS/UFC - CE
Ong Luta Feminina pela Emancipação da Mulher Explorada / La-Femme -CE
Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humano-CE,
Quem Dera Ser um Peixe - CE
Rede de Desenvolvimento Sustentável do Grande Bom Jardim- DLIS,
RUMA/Rede Brasileira de Justiça Ambiental,
Tambores de Safo
Enviada por Cristiane Faustino - Terramar