Pampa é o nome dado ao bioma com predominância de espécies rasteiras do tipo gramíneas. Estende-se por três países: Brasil, Argentina e Uruguai. No Brasil também é conhecido como Campos do Sul, Campanha Gaúcha ou Campos Sulinos. A origem do nome Pampa é indígena e significa "região plana". Possui uma área aproximada de 176.500 Km², o que equivale a cerca de 2% do território nacional. O clima é o subtropical, caracterizado por temperaturas amenas e pouca variação no regime de chuvas ao longo do ano.
O bioma Pampa abrange, no Brasil,
63% do Rio Grande do Sul, na porção meridional do estado. Predominam espécies
rasteiras do tipo gramíneas, caracterizada por pequenos
arbustos espalhados pelo terreno, próximos aos cursos d'água, além de pequenas florestas. Quando grandes áreas são cobertas por
vegetação do tipo gramíneas, tem-se a formação de campos limpos; quando aparecem
arbustos, são chamados de campos sujos. O solo fértil tem sido muito utilizado
para a agropecuária.
Os campos altos da serra são
encontrados em áreas de transição, onde ocorre o domínio de araucárias. Comparados às florestas e às savanas, os
campos contribuem de maneira significativa para a preservação da biodiversidade,
sendo capazes de controlar a erosão e reduzir o efeito estufa, fazendo o
seqüestro de carbono. Em geral sua formação parece ser de origem edáfica (do
solo) e não por influência climática.
Apesar de mostrar aparente
uniformidade, a vegetação do Pampa é bem diversificada. Nos topos mais
aplainados apresenta-se um tapete herbáceo ralo e muito baixo – entre 60 cm e 1m - muito pobre em espécies. Nas
encostas, onde predominam as gramíneas e leguminosas, a vegetação se torna mais
densa e rica. De acordo com o MMA, em todo o planeta, formações semelhantes ao
bioma Pampa correspondem a 25% da superfície terrestre, mas são justamente estas, as
regiões menos protegidas.
Na porção brasileira do bioma
Pampa, já foram catalogadas cerca de três mil espécies de plantas vasculares,
das quais em torno de 400 são gramíneas, tipo capim-mimoso. Os gêneros mais
comuns são: Briza, Aristida, Mélica, Stipa. Foram identificados sete gêneros
de cactos e bromeliáceas, algumas são endêmicas desta região.
A avifauna é composta por
aproximadamente 385 espécies de aves,
como anus-pretos, pica-paus,
caturritas, e 90 de mamíferos
terrestres, como, veados, tatus guaraxains. Entre eles, 11 espécies de
mamíferos raros ou ameaçados de extinção, lobos, ratos d’água, cervídeos , e 22
espécies de aves nesta mesma situação. Uma espécie de peixe, o cará
(Gymnogeophagus sp., Família Cichlidae) é endêmica da bacia do rio Ibirapuitã.
O termo pampa lembra sempre um
campo repleto de gramíneas e gado. Mas recentemente pesquisadores da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) descobriram uma
biodiversidade muito maior do que se poderia imaginar no bioma gaúcho. Foram
encontrados espécies de répteis e anfíbios ainda desconhecidos pela Ciência.
Entre as espécies estão: uma coral-verdadeira (Micrurus silviae), além de outra
serpente e mais dois lagartos, esses três últimos ainda em processo de
descrição.
No final do século XVIII, quando
a mineração em Minas
Gerais começou a dar sinal de esgotamento, diminuindo um
pouco o fluxo de gado a ser abatido para ser enviado a esta capitania, surgiu o
hábito de conservar carne com sal e sol, levado para Pelotas por um cearense da
cidade de Aracati. Surgiram assim as
charqueadas do Rio Grande do Sul, que, por todo o século XIX, tiveram um papel
muito importante na continuidade da economia pastoril da área dos pampas. Mas
com a industrialização no século XX, as fábricas de geladeiras deram um golpe
mortal no velho charque, que praticamente desapareceu do mercado brasileiro.
Para o Ministério do Meio
Ambiente (MMA) o recomendável é que seja preservado pelo menos 10% de cada
bioma brasileiro, mas apesar disso, os Campos Sulinos possuem menos de 0,5% de
sua superfície com áreas destinadas à conservação. Isto historicamente está
relacionado com a pecuária, atividade vinculada ao desenvolvimento desta região,
principalmente pela diversidade e riqueza das pastagens naturais. Para os
pesquisadores da (UFRGS) quando uma área de campo é desmatada, o impacto visual
não é tão perceptível, por este motivo não se tem tanto a impressão de
devastação. No Brasil, o Pampa é um bioma ameaçado.
Referências:
SAMPAIO, Francisco Coelho – Brasil 500 - Lowes Editora – 2000 – 2ª. Edição.
SHNEEBERGER e FARAGO – Geografia
Geral – Teoria e Prática – Ed. Rideel - 2003
http://wwf.org.br
http://wwf.org.br
http://cienciahoje.uol.com.br
http://www.ibflorestas.org.br