O Brasil possui 6 biomas terrestres - Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa - e 1 bioma marinho - Zona Costeira. A linha de costa do Brasil possui extensão de 8.500 km de modo contínuo, sendo considerada uma das maiores do mundo. As paisagens são variadas ao longo dessa faixa litorânea, onde se encontram dunas, brejos, falésias, costões rochosos, estuários, ilhas, recifes e baias.
A Zona Costeira Brasileira é uma
unidade territorial definida por legislação e se estende por 17 estados, compreendendo 400 municípios distribuídos do sul temperado ao norte equatorial do
País. As diferenças climáticas e geológicas, basicamente, é que permitem a
apresentação de fauna e flora com grandes diferenças, mesmo para os
ecossistemas que se repetem ao longo do litoral, como manguezais, praias, restingas
e lagunas.
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O bioma Marinho situa-se na “Zona Marinha do Brasil” – biótopo da Plataforma Continental – apresentando grande variedade de ecossistemas. Sua largura varia de cerca de
Na região Norte, a enorme carga
de sedimentos trazida pelo Amazonas é levada para o norte, sendo parcialmente depositada
no litoral do Amapá, que apresenta uma planície costeira regular, de
sedimentação predominantemente lamosa, coberta de exuberante flora de
manguezal. Fenômenos erosivos de ampla extensão afetam este litoral. Ao sul da
foz do Amazonas, o litoral é recoberto em forma de rias, indicando que a
disponibilidade de sedimentos não foi suficiente para inibir o afogamento dos
baixos cursos fluviais pela transgressão holocênica. Guarás, jacarés, muitas
espécies de aves e crustáceos, são alguns dos animais que compõem a fauna desse
trecho.
Na região Nordeste, predominam o
litoral com falésias esculpidas nos depósitos do Grupo Barreiras. É constituída,
basicamente, por fundos irregulares, com formações de algas calcárias. A erosão
dessas falésias é ativa em praticamente todo o litoral, sendo também notável
nas praias, como em Pernambuco (entre o Cabo Santo Agostinho e a ilha de
Itamaracá, incluindo Recife e Olinda). No Ceará, o avanço do mar nos últimos anos tem modificado significativamente a paisagem em vários trechos, com recuo da linha de costa. O
peixe-boi marinho e as tartarugas, animais ameaçados de extinção, vivem nesses
ecossistemas do litoral nordestino.
Na região Sudeste, há problemas
de erosão costeira no delta do rio Paraíba do Sul. Sinais de instabilidade nos
sistemas de cordões litorâneos, entre Rio de Janeiro e Cabo Frio, com fenômenos
erosivos nas praias oceânicas e no reverso do cordão litorâneo. É dominado pela
Serra do Mar, tendo uma costa muito recortada, com várias baias e pequenas
enseadas. Formado por extensos fundos cobertos de areia e lama. Suas áreas
características são as falésias, recifes, arenitos, e praias de areias
monazíticas (mineral de cor marrom escuro). Nos ecossistemas desta parte do
litoral, como as matas de restingas, é possível encontrar espécies como o
mico-sauá e a preguiça-de-coleira, ambos ameaçados de extinção.
Na região Sul, na faixa subtropical da
costa brasileira. O assoalho marinho da Plataforma Continental é
predominantemente arenoso. O afloramento de turfas na praia de Moçambique, em Santa Catarina , é
indicador de retrogradação de linha de costa. Os banhados e manguezais, importantes áreas
úmidas litorâneas, abrigam uma rica avifauna, além de várias espécies endêmicas como, ratão-do-banhado, capivaras e lontras.
Foto: Melo Júnior - Dunas desmatadas
Os ecossistemas comuns na zona costeira são: restingas, dunas, cordões arenosos, estuários, lagoas costeiras, sistemas lagunares, manguezais, marismas, costões, fundos rochosos, recifes de coral e de arenito, bancos de algas calcárias, plataformas arenosas, ilhas costeiras e oceânicas.
Há três tipos de ilhas na costa
do Brasil. A maioria delas é resultante do afogamento da costa, portanto, são
prolongamentos dos tipos de relevos litorâneos, da geologia e dos
condicionantes derivados da tectônica, que determinam os seus ecossistemas (restingas, mangues, costões rochosos, brejos, lagunas e dunas). Estas ilhas
são assim definidas:
- Ilhas oceânicas, como Fernando de Noronha, Trindade e o Atol das Rocas, são resultantes de fenômenos de vulcanismo que soergueram o fundo do Oceano Atlântico, sendo desvinculadas do relevo continental brasileiro;
- Ilhas que são cristas emersas das porções afogadas da Serra do Mar;
- Ilhas de relevo sedimentar com baixa altitude, como a Ilha Comprida no litoral de São Paulo, sendo um segmento de restinga isolado pelo mar.
Foto: Melo Júnior - Praia do Pecém - CE
A dinâmica ecológica do litoral brasileiro ainda tem muito para ser estudada e conhecida. O complexo sistema costeiro que se distribui ao longo do litoral, propicia áreas para criação, crescimento e reprodução de uma grande variedade de espécies de flora e fauna. Mas, grande parte desse imenso patrimônio, encontra-se ameaçada pela especulação imobiliária, pelo grande fluxo turístico, pelo crescimento dos grandes centros urbanos - que concentram mais da metade da população brasileira - e consequentemente pela poluição.
A ocupação desordenada do litoral brasileiro vem ocasionando a devastação da vegetação nativa, causando movimentação das dunas e desabamentos de morros. Outros problemas preocupantes são os aterros de manguezais, os lançamentos de esgotos ao mar sem tratamento adequado, as operações de terminais marítimos que vêm constantemente provocando derramamentos de petróleo, entre outros impactos ambientais graves, que colocam em risco a sobrevivência das espécies - fauna e flora - e do próprio ser humano.
Fontes:
Geomorfologia - Uma Atualização de Bases e Conceitos - 5a. Edição -Guerra e Cunha - Ed Bertrand Brasil - 2003
http://www.ibge.gov.br
http://www.wwf.org.br