Com o início da Revolução Industrial, a queima de combustíveis fósseis – carvão
mineral, petróleo e gás natural - tomou um ritmo acelerado. Se considerarmos
ainda os altos índices de desmatamentos
florestais, encontramos como resultado, um valor em torno de 500 bilhões de toneladas de CO2 emitidos na
atmosfera. Esta concentração atualmente é considerada a mais alta já
registrada que em qualquer outra época, tomando-se como referência, os últimos
800 mil anos da nossa história.
As fontes de energia podem ser
divididas em dois grupos principais: permanentes
(renováveis) e temporários (não-renováveis). As energias renováveis são
consideradas como energias alternativas ao modelo energético tradicional, tanto
pela sua disponibilidade (presente e futura) garantida (diferente dos
combustíveis fósseis que precisam de milhares de anos para a sua formação) como
pelo seu menor impacto ambiental.
As principais fontes de energias renováveis são:
A energia solar é aquela energia obtida pela luz do Sol, pode
ser captada com painéis solares. É uma fonte de vida e de origem da maioria das
outras formas de energia na Terra. A cada ano a radiação solar trazida para a
terra leva energia equivalente a vários milhares de vezes a quantidade de
energia consumida pela humanidade.
A energia eólica é a energia obtida pela ação do vento, ou
seja, através da utilização da energia cinética gerada pelas correntes aéreas.
A energia eólica tem sido utilizada desde a Antiguidade para mover os barcos
movidos por velas ou operação de máquinas para movimentação das suas fábricas
de pás. É uma espécie de energia verde.
A energia hidroelétrica é a energia que se produz em barragens
construídas em cursos de água. Essa energia vem da evaporação da água, pelo
calor do Sol, que sobe com o vento, formando nuvens e precipitando no alto das
montanhas em forma de chuvas, essas chuvas formam os rios que são represados, a
água desses rios gira em turbinas que produzem energia elétrica. O problema são
os impactos sócio-ambientais gerados pelo alagamento de grandes áreas.
A energia dos mares é a energia que se obtém a partir do
movimento das ondas, a das marés ou da diferença de temperatura entre os níveis
da água do mar. Ocorre devido à força gravitacional entre a Lua, a Terra e o
Sol, que causam as marés, ou seja, a diferença de altura média dos mares de
acordo com a posição relativa entre estes três astros.
A energia da biomassa é a energia que se obtém durante a
transformação de produtos de origem animal e vegetal para a produção de energia
calorífica e elétrica. Na transformação de resíduos orgânicos é possível obter
biocombustíveis, como o biogás, o bioálcool e o biodiesel.
A energia geotérmica é a energia do interior da Terra. A
geotermia consiste no aproveitamento de águas quentes e vapores para a produção
de eletricidade e calor. Parte do calor interno da Terra (5.000 °C ) chega à crosta
terrestre. Em algumas áreas do planeta, próximas à superfície, as águas
subterrâneas podem atingir temperaturas de ebulição, e, dessa forma, servir
para impulsionar turbinas para eletricidade ou aquecimento.
As energias não-renováveis são:
Os combustíveis fósseis (carvão
mineral, petróleo e gás natural) são fontes não-renováveis de energia: não
é possível repor o que gastamos. Em algum momento vão acabar e podem ser
necessários milhões de anos de evolução semelhante para poder contar novamente
com eles. São os maiores responsáveis pelas emissões de CO2 na atmosfera,
causadores do efeito estufa.
A energia nuclear é gerada quando os núcleos atômicos de elementos pesados, como o urânio, podem ser
desintegrados (fissão nuclear ou cisão nuclear) e liberar energia radiante e
cinética. Usinas termonucleares usam essa energia para produzir eletricidade
utilizando turbinas a vapor. Uma conseqüência da atividade de produção deste
tipo de energia são os resíduos nucleares, que podem levar milhares de anos
para perder a radioatividade.
Mas de acordo com estudos do Greenpeace e da ONU, o mercado segue em ritmo de crescimento acelerado para energias limpas. O destaque fica para
os países em desenvolvimento que lideram a corrida por novos investimentos no
setor. Para os pesquisadores do Greenpeace Internacional a energia renovável
não é coisa do futuro, é realidade do presente. O estudo traz um balanço das
energias renováveis nos últimos 40 anos, a que eles deram o nome de Revolução Silenciosa.
Mesmo considerando o aumento do uso de combustíveis fósseis,
tanto para novas instalações quanto em suas altas taxas de emissões de gases de
efeito estufa, as energias solar e eólica, foram as que mais apresentaram
alta em suas taxas de crescimento, ficando em torno de 430 mil MW, nos últimos 10 anos. Apenas no ano de 2010, de todas as
centrais elétricas que surgiram no planeta, 26% foram de fontes
renováveis, principalmente a eólica.
As térmicas a gás responderam por 42%, as nucleares foram de 2% e
o restante de energia térmica.
A ONU, em seu estudo de Tendências
Globais dos Investimentos em Energia Renovável ,
edição 2011, lançado recentemente pela UNEP, endossa as perspectivas do Greenpeace
Internacional. Seus dados mostram que entre 2009 e 2011 esses
investimentos atingiram 32%.
No Brasil houve uma queda nos investimentos em renováveis. Em relação ao ano de 2009 o
decréscimo foi de 5%, para um total de 6,9 bilhões de dólares, isso se deve
especialmente à reestruturação do setor sucroalcooleiro, que é responsável pela
produção de energia por co-geração à biomassa, de acordo com a pesquisa do
Greenpeace. Porém, apesar da redução, o país ainda é visto como um dos atores
principais e de maior potencial no mundo, para um relevante crescimento de
mercado para renováveis.
O Estado do Ceará terá um sistema
híbrido de energia solar-eólica. Preocupado em mitigar os impactos
ambientais gerados com a obtenção de energia, o físico e engenheiro mecânico,
Elissandro Monteiro do Sacramento, idealizou o projeto que deverá ser
construído ainda este ano no Campus da Universidade Estadual do Ceará (Itaperi).
São sete os pesquisadores envolvidos na pesquisa que tem recursos da ordem de
R$ 250 mil, garantidos pelo CNPq. O pesquisador cearense prevê ainda para o
futuro, a incorporação de dessalinizadores ao projeto.
Referências: